A designação de Campo de Concentração do Tarrafal cobre diversas designações oficiais: Colónia Penal de Cabo Verde, Presidio de Cabo Verde e Campo de Trabalho de Chão Bom.
Embora a sua fundação, em 1936, esteja ligada a uma reorganização dos serviços prisionais portugueses, a instabilidade ibérica causada pela Guerra Civil Espanhola e os movimentos em Portugal contra a implementação do fascismo, fizeram apressar a instalação de um dispositivo espacial de separação e confinamento na ilha de Santiago.
O campo de concentração era formado, grosso modo, por três áreas: (i) prisão, (ii) administração e segurança e espaços afins de apoio e (iii) áreas de produção, designadas por Colonato. A estas áreas liga-se uma zona de extração, a pedreira, e a Cadeia Civil da vila do Tarrafal, assim como outros equipamentos, caso do porto. Na sua primeira fase, entre 1936 e 1954, o Campo de Concentração do Tarrafal recebe reclusos vindos de Portugal e, na sua segunda fase (1961-1974), recebe reclusos oriundos de Cabo Verde, Guiné e Angola.
A seguir a 1974, foram aqui colocados, provisoriamente, presos políticos que defendiam não a independência, mas sim uma relação autonómica de Cabo Verde com Portugal.
Na década de 1980 serviu de campo de treino militar, que em meados de 1980 foi transferido para a ilha de São Vicente. A partir de 2000 foi transformado em museu.
Está em curso uma candidatura deste campo a Património Mundial.
A presente plataforma digital pretende ser colaborativa, constituindo-se como um repositório de informação sobre o Campo de Concentração do Tarrafal e integra-se na estratégia de candidatura à UNESCO.
Este projeto é coordenado pelo antropólogo Paulo Lima.